
Uma poesia ártica,
claro, é isso que eu desejo.
Uma prática pálida,
três versos de gelo.
Uma frase-superfície
onde vida-frase alguma
não seja mais possível.
Frase, não, Nenhuma.
Uma lira nula,
reduzida ao puro mínimo,
um piscar do espírito,
a única coisa única.
Mas falo. E, ao falar, provoco
nuvens de equívocos
(ou enxame de monólogos?)
Sim, inverno, estamos vivos.
PAULO LEMINSKI........(POETA CURITIBANO)
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mágica a poesia
ResponderExcluirdentre meios termos
seus lábios acariciam
as sílabas fonéticas
do amor palatino
e eu ainda menino
ressoando asneiras
e molequices bailarinas
que Orfeu guardou
ao se apaixonar
por Afrodita,...
Não a deusa grega,
sim,
a Praça da Sé
toda congestionada
de andorinhas humanas,
é como se seres terrestres,
mamíferos de fato
e não por acaso,
tentassem violentar
o umbigo materno
e vir à luz
da noite escura
em pleno meio dia.
Ah, Maria,
não te chamastes Brasil
numa outra geração ?
Sérgio, beija-flor-poeta